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Foto do escritorPsicóloga Carine Mattos

Autoestima e Saúde Mental: Aprenda a Valorizar-se e Cuidar de Você

Atualizado: 24 de set.

Olá, hoje proponho falarmos sobre a autoestima. A autoestima é o alicerce de uma vida emocional equilibrada e saudável. Ela reflete o valor que atribuímos a nós mesmos e influencia como nos sentimos, como nos relacionamos e enfrentamos os desafios diários. Quando temos uma autoestima saudável, somos mais resilientes, conscientes de nossos limites e capazes de nos perdoar por nossas imperfeições. Mas, quando está baixa, pode contribuir para problemas como depressão, ansiedade e dificuldades nos relacionamentos.


Autoestima
Autoestima

Nossas experiências de vida, especialmente aquelas relacionadas à família e ao ambiente social, moldam nossa autoestima ao longo do tempo. Sob uma perspectiva psicanalítica, nossa percepção de valor pessoal é profundamente influenciada por nossas primeiras relações, particularmente com pais ou cuidadores. O modo como fomos amados e reconhecidos reflete-se no desenvolvimento do nosso superego — uma instância psíquica que nos guia sobre o que é certo e errado, mas que, em alguns casos, pode ser crítico e punitivo em excesso.


Neste artigo, exploraremos como a autoestima e a saúde mental estão conectadas, veremos o olhar da psicanálise sobre o tema e traremos algumas práticas para ajudá-lo a melhorar sua autoestima e desenvolver o amor próprio.


O que é Autoestima?


Autoestima é o conjunto de crenças e sentimentos que nutrimos sobre nós mesmos. Relaciona-se à maneira como nos enxergamos, ao valor que nos atribuímos e como lidamos com nossas falhas e conquistas. Uma autoestima saudável permite aceitar imperfeições, reconhecer qualidades e ser gentil consigo mesmo em tempos de fracasso ou adversidade.

Essa autoestima não é fixa — ela flutua conforme as experiências da vida. Para muitos, a autoestima está atrelada a fatores externos como sucesso profissional, aprovação dos outros ou padrões sociais de beleza. No entanto, baseá-la nesses fatores a torna instável e suscetível a crises.


O Olhar Psicanalítico sobre a Autoestima


Sob a ótica da psicanálise, a autoestima está intimamente ligada ao inconsciente, sendo moldada por experiências passadas muitas vezes não conscientes. Segundo Freud, os primeiros anos de vida e as relações com figuras parentais desempenham um papel central na formação do “eu”.


Frequentemente, uma baixa autoestima está associada a conflitos psíquicos não resolvidos, como a internalização de críticas e sentimentos de inadequação que remontam à infância. Esse julgamento interno, conhecido como superego punitivo, pode refletir as expectativas elevadas ou críticas recebidas no passado. Quando o indivíduo não consegue atender a essas expectativas, surgem sentimentos de culpa e inadequação.


Sinais de Baixa Autoestima


Identificar sinais de baixa autoestima é o primeiro passo para trabalhar sua melhoria. Alguns sinais incluem:


  1. Crítica interna severa: Sentimento constante de não ser bom o suficiente.

  2. Dificuldade em aceitar elogios: Sente desconforto ou desconfiança ao receber elogios.

  3. Busca por aprovação externa: Depende da validação dos outros para sentir-se bem.

  4. Medo do fracasso: Evita desafios por temer não ser capaz.

  5. Comparações constantes: Compara-se aos outros e se sente inferior.


Autoestima e Saúde Mental


A autoestima está fortemente ligada à saúde mental. Pessoas com baixa autoestima são mais vulneráveis a transtornos como depressão e ansiedade, pois a visão negativa de si alimenta pensamentos autodepreciativos, gerando sentimentos de inutilidade. Já quem tem autoestima elevada lida melhor com desafios, aceita suas limitações e não se deixa abalar pelas falhas.


Dicas para melhorar sua Autoestima


Felizmente, autoestima pode ser desenvolvida. Aqui estão algumas práticas para ajudá-lo nesse processo:


  1. Autocompaixão: Trate-se com a mesma gentileza que oferece aos amigos. Sempre que surgir a autocrítica, substitua-a por uma fala mais compreensiva, como: “Estou fazendo o melhor que posso”.

  2. Desconstrua o superego punitivo: Questione suas críticas internas. Pergunte-se: “De onde vem essa exigência? Preciso realmente ser perfeito?”. Identificar essas pressões ajuda a suavizá-las.

  3. Metas realistas: Estabeleça objetivos alcançáveis e comemore pequenas conquistas. Cada progresso, por menor que seja, deve ser reconhecido.

  4. Diário de gratidão: Anote três coisas pelas quais é grato diariamente. Isso ajuda a mudar o foco para aspectos positivos da vida, fortalecendo sua autoestima.

  5. Evite comparações: Lembre-se de que cada pessoa tem seu próprio caminho. Compare-se consigo mesmo e valorize seu crescimento pessoal.

  6. Autocuidado: Priorize atividades que promovam seu bem-estar físico, emocional e mental, como exercícios, meditação ou um bom livro.

  7. Rede de apoio: Cerque-se de pessoas que o apoiem e o incentivem. Relacionamentos saudáveis são fundamentais para uma autoestima equilibrada.


Exercícios Práticos


  1. Espelho Positivo: Diariamente, ao olhar-se no espelho, diga três coisas que aprecia em si. Esse simples exercício melhora sua percepção e autoestima.

  2. Carta para o Futuro: Escreva para você daqui a cinco anos. Refletir sobre o presente e suas metas futuras ajuda a traçar um caminho positivo para o desenvolvimento pessoal.

  3. Revisão de Conquistas: Registre suas conquistas em um caderno. Sempre que se sentir desmotivado, releia-as para lembrar-se de seus avanços.


Conclusão


Fortalecer a autoestima é uma jornada contínua que exige autocompaixão, paciência e autoconhecimento. Ao olhar para dentro, identificando padrões inconscientes que influenciam a maneira como nos vemos, podemos começar a nos libertar das autocríticas e construir uma relação mais amorosa conosco.

Se você sente dificuldades com a autoestima, não hesite em buscar apoio de um psicoterapeuta. Profissionais podem ajudar a identificar as raízes dessas questões e guiá-lo para um caminho de amor próprio e equilíbrio emocional.

Continue essa jornada de autodescoberta e bem-estar! Procure ajuda especializada e comece a transformar sua vida. 🌟


Beijos e até a próxima!


Referências Bibliográficas

  1. Freud, S. (1997). O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago Editora.

  2. Neff, K. (2015). Autocompaixão: Pare de se torturar e deixe a insegurança para trás. Rio de Janeiro: Academia.

  3. Branden, N. (2005). Os seis pilares da autoestima. São Paulo: Saraiva.

  4. Rogers, C. (2009). Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes.

  5. Brown, B. (2016). A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante.


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