O planejamento familiar vai além de decidir o número de filhos. É uma prática fundamental para garantir qualidade de vida, saúde física, emocional e bem-estar econômico, com impactos profundos na saúde pública. Apesar da oferta de serviços de planejamento no Brasil, mais de 50% das gestações não são planejadas, o que ressalta a importância de entender e adotar essas práticas. Este artigo explora o planejamento familiar, seus benefícios, métodos disponíveis e como ele pode impactar positivamente a vida dos casais e suas famílias.
O que é Planejamento Familiar?
O planejamento familiar envolve decisões conscientes sobre ter ou não filhos, levando em consideração fatores emocionais, físicos e econômicos. Inclui o uso de métodos contraceptivos, saúde reprodutiva e a preparação emocional para a parentalidade. Além de prevenir a gravidez indesejada, o planejamento familiar abrange cuidados antes, durante e após a concepção, garantindo um processo mais saudável e equilibrado.
Por que o Planejamento Familiar é Importante?
O planejamento familiar é um direito essencial e traz implicações diretas para a saúde física e mental. No Brasil, a maioria das gestações não planejadas ocorre nas classes mais pobres, revelando uma lacuna nos serviços públicos que oferecem métodos limitados, como preservativos e pílulas anticoncepcionais, mas carecem de uma educação reprodutiva mais profunda. O planejamento familiar proporciona benefícios como:
Saúde materna e infantil: Intervalos adequados entre gestações resultam em menos riscos para mãe e bebê, como partos prematuros.
Saúde emocional: Pais emocionalmente preparados evitam estresse e pressões sociais, promovendo um ambiente mais saudável para a criança.
Autonomia: Mulheres ganham mais controle sobre suas vidas, equilibrando carreira, sonhos e família.
Benefícios financeiros: Planejar o número de filhos ajuda a organizar as finanças, lidando melhor com os custos de saúde, educação e lazer.
Relações de casal: O diálogo sobre planejamento familiar fortalece a comunicação e entendimento entre os parceiros, criando uma base sólida para o relacionamento.
Métodos Contraceptivos Disponíveis
Existem diversas opções contraceptivas que permitem ao casal decidir o melhor momento para ter filhos, levando em consideração saúde e preferências pessoais:
Métodos de barreira: Como preservativos (masculinos e femininos), diafragma e espermicidas. Esses métodos não só previnem a gravidez, mas também protegem contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Métodos hormonais: Incluem a pílula anticoncepcional, adesivos, injeções e o anel vaginal. Esses métodos funcionam através da alteração dos níveis hormonais no corpo, inibindo a ovulação.
Dispositivos intrauterinos (DIU): Os DIUs podem ser hormonais ou de cobre e são colocados dentro do útero para impedir a fertilização.
Métodos comportamentais: Como o método da tabelinha, que envolve o acompanhamento do ciclo menstrual para identificar os dias férteis e evitar relações sexuais nesses dias. Embora natural, esse método requer precisão e é menos eficaz que outros métodos.
Esterilização: Como a laqueadura (nas mulheres) e a vasectomia (nos homens), esses são métodos permanentes de contracepção e são uma escolha popular para casais que já têm filhos e não desejam mais.
A Visão Psicanalítica sobre Planejamento Familiar
Segundo a psicanálise, decisões sobre ter filhos vão além da razão e envolvem o inconsciente. Questões emocionais, como a relação com os próprios pais e traumas infantis, podem influenciar o desejo de ter (ou não) filhos. A terapia psicanalítica ajuda a desmistificar esses impulsos, trazendo clareza às motivações.
Algumas pessoas podem sentir pressões para formar uma família devido a expectativas sociais ou evitar a parentalidade por medo inconsciente. A psicanálise oferece um espaço para explorar essas questões e tomar decisões mais alinhadas com os desejos verdadeiros.
Desafios e Como Superá-los
Embora o planejamento familiar traga muitos benefícios, também apresenta desafios, como:
Falta de acesso a métodos contraceptivos: Em muitos lugares, o acesso a informações e métodos contraceptivos ainda é limitado, o que dificulta o planejamento adequado.
Pressões sociais e culturais: Em algumas culturas, a pressão para ter filhos logo após o casamento ou para ter uma família numerosa pode ser intensa. Isso pode tornar difícil para os casais seguirem seus próprios desejos e planejamentos.
Falta de comunicação entre o casal: A falta de diálogo aberto e honesto entre os parceiros sobre seus desejos e expectativas pode criar tensões no relacionamento e dificultar o planejamento familiar.
Superar esses desafios envolve:
Educação: Buscar informações sobre contraceptivos e consultar especialistas.
Diálogo aberto: Comunicar expectativas e desejos é fundamental para o casal.
Apoio psicológico: A terapia psicanalítica pode ajudar a enfrentar pressões sociais e emocionais.
O planejamento familiar é uma ferramenta poderosa para promover saúde, bem-estar e qualidade de vida, permitindo que indivíduos e casais façam escolhas conscientes e equilibradas sobre seu futuro.
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Referências Bibliográficas
- KALOUSTIAN, Sandra Maria de Oliveira. Planejamento Familiar e Saúde Reprodutiva. Ed. Lumen Juris, 2015.
- SOUZA, Maria da Penha Vasconcelos de; SILVA, Enoque de Oliveira. Planejamento Familiar: Reflexões e Práticas. São Paulo: Hucitec, 2010.
- RIZZINI, Irene; RIZZINI, Irma. Família Brasileira, Modernidade e Exclusão Social. São Paulo: Editora Cortez, 2011.
- SCHIAVO, Rafaela Almeida. Psicologia perinatal em foco. Agudos: Materonline, 2020.
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