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Foto do escritorPsicóloga Carine Mattos

Plano de Parto: Como Garantir um Parto Humanizado e Respeitoso

Olá, tudo bem? hoje proponho falarmos de uma ferramenta muito importante, o plano de parto. O nascimento de um bebê é um dos momentos mais transformadores na vida de uma mulher. Por isso, é essencial que ela se sinta segura e respeitada durante o processo. O plano de parto é recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde como uma ferramenta poderosa para garantir uma experiência humanizada, permitindo que a gestante expresse seus desejos e expectativas sobre o trabalho de parto, o parto em si e os cuidados pós-natais.


Plano de parto

O que é o Plano de Parto?


O plano de parto é um documento em que a gestante registra suas preferências sobre o ambiente, intervenções médicas, alívio da dor e cuidados com o bebê. Ele promove uma experiência mais humanizada, onde as escolhas da mulher são respeitadas, desde que não comprometam a segurança da mãe e do bebê.


Por que o Plano de Parto é Importante?


1. Empoderamento: Coloca a gestante no centro das decisões, promovendo sua autonomia e preparo para o parto.

2. Parto Humanizado: Foca no respeito às escolhas da mulher e evita intervenções desnecessárias.


3. Melhora a Comunicação: Facilita o diálogo entre a gestante e a equipe médica evitando, mal-entendidos.


4. Reduz Intervenções: Expressa o desejo de evitar procedimentos como episiotomia e cesariana, quando não necessários.


5. Protege a Saúde Mental: Ao respeitar os desejos da gestante, o plano pode reduzir a ansiedade e evitar traumas.


Como Elaborar um Plano de Parto?


  • Converse com o Profissional de Saúde: Durante as consultas pré-natais, converse com o obstetra, enfermeira obstétrica ou doula sobre as opções disponíveis para o parto. Eles poderão fornecer orientações valiosas e ajudar a esclarecer dúvidas sobre as práticas e rotinas hospitalares.


  • Pesquise e Informe-se: A gestante deve buscar informações sobre os diferentes tipos de parto (normal, cesariana, parto na água, etc.), manejo da dor (analgesia, métodos naturais, etc.), intervenções comuns e rotinas hospitalares. Esse conhecimento é essencial para tomar decisões bem-informadas e adequadas.


  • Estruture o Documento: Um plano de parto pode ser simples e objetivo. Ele pode incluir tópicos como:

    • Preferências para o ambiente do parto (iluminação, som, acompanhantes);

    • Manejo da dor (uso ou não de analgesia, métodos naturais de alívio da dor);

    • Intervenções médicas (desejo de evitar ou permitir procedimentos como episiotomia, indução do parto, uso de fórceps, etc.);

    • Contato com o bebê (imediato ou após os primeiros cuidados);

    • Amamentação (preferência por amamentar logo após o nascimento).


  • Seja Flexível: É importante lembrar que, embora o plano de parto reflita os desejos da gestante, o parto é um processo imprevisível. O documento deve ser flexível para permitir adaptações caso surjam complicações que exijam intervenções não planejadas.


  • Discuta o Plano com a Equipe Médica: Após elaborar o plano, é crucial apresentá-lo à equipe de saúde, preferencialmente durante as consultas pré-natais. Dessa forma, as expectativas da mulher serão compreendidas, e os profissionais poderão oferecer orientações sobre a viabilidade de certos aspectos do plano.


O Que Fazer se o Hospital Não Respeitar o Plano?


  • Conheça Seus Direitos: No Brasil, a Lei nº 11.108/2005 garante às mulheres o direito de ter um acompanhante de sua escolha durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Além disso, a Resolução RDC 36/2008 da ANVISA orienta que os estabelecimentos de saúde devem respeitar os desejos da gestante, dentro dos limites de segurança. Ter conhecimento dessas leis é fundamental para argumentar em favor de suas escolhas.


  • Registre Formalmente o Plano de Parto: Algumas maternidades e hospitais podem pedir que o plano de parto seja formalizado por escrito e assinado pela gestante. Isso garante que o documento seja tratado com seriedade e incorporado ao prontuário médico.


  • Acione a Ouvidoria do Hospital: Se o plano de parto for desrespeitado ou recusado, é possível registrar uma reclamação formal na ouvidoria do hospital ou maternidade. Este é o canal oficial para lidar com queixas e pode aumentar as chances de o plano ser respeitado.


  • Busque Apoio Jurídico: Em casos mais graves, onde há violação dos direitos da gestante, pode ser necessário acionar um advogado especializado em direitos reprodutivos. A violência obstétrica, que inclui o desrespeito ao plano de parto, pode ser denunciada e punida legalmente.


  • Parto Domiciliar ou em Casas de Parto: Em situações onde o hospital se recusa a atender as expectativas da gestante e não há complicações que exijam intervenção hospitalar, a mulher pode considerar alternativas, como o parto domiciliar assistido por profissionais capacitados ou em casas de parto. Essas opções são recomendadas para gestações de baixo risco e devem ser discutidas com a equipe de saúde.


Conclusão


O plano de parto é uma ferramenta essencial para garantir uma experiência respeitosa e humanizada. Ele permite que a mulher expresse suas preferências e seja protagonista nesse momento tão importante. Se o plano não for aceito, busque formas de garantir seus direitos. O mais importante é que você se sinta segura e empoderada durante o nascimento do seu bebê.


Está preparando seu plano de parto? Entre em contato para discutir suas opções e garantir um parto mais humanizado e respeitoso!


Beijos e até a próxima!


Referências Bibliográficas:


  • Brasil. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. Altera a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC n° 36, de 3 de junho de 2008. Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal.

  • Ministério da Saúde (Brasil). Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

  • Leboyer, F. (2016). Nascer Sorrindo: A Parto Humanizado. 2ª ed. São Paulo: Summus Editorial.

  • Odent, M. (2002). O Renascimento do Parto. São Paulo: Summus.



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